quarta-feira, 20 de junho de 2018

Iluminação: Jó & Seus Cinco Amigos


Jó & Seus Cinco Amigos 
Uma parábola sobre Iluminação e o Despertar. 

Na história de Yóv (Jó) que nos é apresentada no Tana'k (Bíblia Hebraica), ele é um homem justo e muito rico, até que o Satan aparece para acusá-lo e requerer permissão do Divino para tirar tudo o que ele possuía. O Satan é o Ego. 

Se Jó era um "Ish-Tzadiq (Justo) como apresentando no Tana'k, qual foi a razão secreta de o Sagrado, bendito seja Ele, permitir ao Satan o ferir? 

O Sêfer ha'Zôhar ha'Qadosh (O Livro Do Esplendor) revela que Jó  não conhecia a sua própria escuridão e assim também não conhecia seu potencial para a iluminação e o Despertar e esta é a razão de Jó escolher sofrer tudo a que foi submetido: Alcançar a Iluminação e o Despertar. Além do mais, em Sha'ar ha'Gilgulim (Portão das Reencarnações) nos é revelado que Yóv era o gilgul de Terach, o pai de Avraham (Abraão) que havia pecado e precisava fazer a retificação do seu erro. 

Neste conto esotérico de Jó e nos é dito que ele possuía Cinco amigos. Estes cinco amigos de Jó aludem aos Cinco níveis da alma chamados Néfesh (alma animal), Ruach (Espírito), Neshamáh (Alma Divina), Hayáh (Essência Viva) e Yechidáh (A unificação de todas as centelhas). 

No Tana'k encontramos as Cinco Meguilot (Pergaminhos). O termo Meguiláh (singular) tem raiz na palavra guilgul e que é o termo hebraico para reencarnação. Uma megiláh é um pergaminho todo escrito, enrolado sobre si mesma e selado e por isso o termo alude à reencarnação. A leitura destas cinco meguilot nos ajuda a reparar nos tikunim (karmas) dos cinco níveis da alma. São as Cinco meguilot: Esther, Cântico Dos Cânticos, Ruth, Eichá (Lamentações) e Qohelet (Eclesiastes).

Qohelét, por exemplo, tem o renomado passuq (versículo) no qual lemos:

"Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece (דּוֹר הֹלֵךְ וְדוֹר בָּא, וְהָאָרֶץ לְעוֹלָם עֹמָדֶת.)." 

Eclesiastes 1:4

Em Sha'ar ha'Gilgulim, o mestre Chaim Vital explica que, "Uma geração vai, e outra geração vem..." são os homens que precisam ser reencarnados para realizarem seus tikunim (correções) e, "... mas a terra permanece para sempre" são as mulheres que não precisam ser reencarnadas, mas o fazem para ajudar a humanidade. Outro ilustre versículo em Qohelet também faz uma menção implícita mas muito clara à reencarnação. Ele diz:

"O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus circuitos (הוֹלֵךְ, אֶל-דָּרוֹם, וְסוֹבֵב, אֶל-צָפוֹן; סוֹבֵב סֹבֵב הוֹלֵךְ הָרוּחַ, וְעַל-סְבִיבֹתָיו שָׁב הָרוּחַ.)." 

Eclesiastes 1:6

Na verdade, as traduções da Bíblia são muito ruins e mal realizadas e feitas de forma a dar autoridade aos dogmas católicos-cristãos corrompidos. O versículo não faz alusão ao vento, mas ao ruach (espírito) que é o segundo nível da alma. Ele diz:

"Caminha para o Sul e gira para o Norte, gira em circulos e caminha o ruach (espírito) e e sobre seus giros retorna o espírito (ruach)."

O conto alegórico de Jó é o mesmo que encontramos na vida de Buda e de Yeshu'a (Jesus). Buda tinha Cinco Discípulos chamados de Ascetas e Jesus teve primeiro Cinco Discípulos que foram André, Simão, Filipe, Natanael e Bartolomeu. Jô, Buda e Jesus são uma parábola sobre a mesma coisa: Reencarnação, Iluminação e Despertar. 

Os Cinco amigos de Jô eram, na verdade, uma alusão aos cinco níveis da sua alma. Os cinco discípulos de Buda eram, na verdade, alusões aos cinco níveis da sua alma, e finalmente, os cinco primeiros discípulos de Yeshu'a eram também, e na verdade, uma alegoria sobre os cinco níveis da sua alma. Quem escreveu sobre Jô foi Moisés. O Shaar Ha"Guilgulim nos informa que Jô era uma reencarnação de Terach (como mencionado acima) que havia sido o Pai de Abraão. 

Todos nós devemos fazer as correções para irmos merecendo estes cinco níveis de alma que vão sendo agregados um sobre o outro como num casamento múltiplo. Os que estão no nível da religião possuem apenas o primeiro nível da alma, a nefesh (alma animal) e precisam realizar os preceitos da Torá para merecerem o segundo nível. Os que estão no nível do estudo da Torah, merecem o Ruach que é o segundo nível e os que estudam os segredos ocultos do Zohar merecem a Neshamáh (alma divina).

 

Buda & o Zôhar 

Buda não só estudou toda a Sabedoria dos Brâmanes (sabedoria de Abraão) e outras tradições, como também o Zôhar - O Livro do Esplendor - até alcançar a iluminação (Hebraico Ziharáh) e o Deveikut - o Aderência/atamento total ao Divino. Isto está aludido no nome da sua esposa e de seu filho. A esposa de Buda se chamava Yashodhara, nome que vem do Sânscrito Yasas, significando Esplendor e Dhara que é Portadora. Yashodhara é Portadora do Esplendor (Zôhar). Já o filho que Siddartha se chamou Raula cujo sindicado e Amarração/Atamento (ao Divino). Nos sabemos que nomes de filhos e esposas nos livros da Sabedoria são alusões esotéricas. Por exemplo, na história de Noé nos é dito que ele teve três filhos, e o Zôhar revela que estes três filhos são três dos cinco níveis da alma, néfesh (Ham), ruach (Yafét) e neshamáh (Shem). Tudo é uma parábola sobre iluminação e o Despertar. 

Autor
Dipankara Vedas


O Hebreu Sobre A Lótus

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